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domingo, 29 de maio de 2011

ALUNOS COPISTAS - ANALFABETISMO FUNCIONAL

Alunos copistas são a nova face do analfabetismo funcional.

Alessandra Duarte e Efrém Ribeiro (com adaptações)

. O problema dos alunos copistas é um exemplo recente do analfabetismo funcional, que no país atinge um terço da população. Dos que aprenderam a ler e escrever mais tarde, entre 9 e 14 anos - característica do copista -, só 13% se tornaram plenamente alfabetizados, apontam dados inéditos calculados pelo Instituto Paulo Montenegro.
Se a definição mais conhecida de analfabeto funcional é quem lê mas não interpreta um texto, com o copista é pior: como só copia, não sabe que o “a” que escreveu, por exemplo, é um “a”.
São crianças que não se apropriam do significado das palavras. Mas vão galgando as séries porque, como copiam, conseguem cumprir algumas tarefas em sala - diz Marilene Proença, professora da USP e integrante da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional.
O aluno copista é forte candidato a ser um analfabeto funcional ao longo da vida. Ele tem grande risco de se tornar o chamado alfabetizado rudimentar: reconhece algumas palavras, escreve um bilhete, dá um troco, e pronto.
Dois dos principais motivos apontados para o analfabetismo funcional são alfabetização tardia e baixa escolaridade dos pais.
Quando o pai ou a mãe tem o fundamental, cerca de 69% dos filhos são analfabetos funcionais ou alfabetizados em nível básico. Mas, quando o pai ou a mãe tem nível superior, até 75% são alfabetizados plenos.
Quando os pais têm nível secundário, os filhos têm 5,4% de chance de chegar à universidade; já quando os pais têm nível universitário, os filhos têm 71,6% de chance de ir à faculdade.
No caso do copista, haveria mais um motivo: um sistema de ciclos ou progressão continuada malfeito. Aí, o aluno, mesmo só copiando, avança nas séries sem repetir. São em escolas com ciclo - prática que se intensificou no país a partir dos anos 1990 - que estudavam os copistas do estudo da USP e os que precisam do reforço da Santa Terezinha. Marilene Proença diz que o ciclo “é política cara”, que requer ações como reforço e contraturno. Para Esther Grossi, o copista “é um fenômeno dos ciclos”.
A Secretaria estadual de Educação de São Paulo informou que oferece “o Projeto Intensivo de Ciclo, que possibilita recuperação da aprendizagem de leitura e escrita por turmas especiais”. Secretária de Educação de Duque de Caxias, Roseli Duarte diz que a rede tem um programa de apoio com contraturnos.
- Não podemos aceitar a existência de alunos copistas. Mas os ciclos são uma resposta à repetência, que, além de levar à evasão, nos anos iniciais causa a distorção idade-série — diz a secretária de Educação Básica do Ministério da Educação, Maria do Pilar. — Temos de pensar é em ações como educação integral, que já há em 15 mil escolas, e em qualificar os professores de alfabetização, com projetos como o Pró-Letramento, que já atingiu 300 mil professores.

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